O melhor da vida é de graça, é de graça. Já dizia o Senhor Marcelo Jeneci. 

Por muito tempo me peguei, e ainda me pego, imaginando o futuro e na maioria das vezes não vejo problema nisso. O único problema é que eu tinha colocado toda minha felicidade lá distante, lá no futuro.

Tinha parado de fazer as coisas que eu gostava, simplesmente por que no futuro eu ia fazer melhor. Eu acho que esse é um dos problemas de ser perfeccionista. Se não tá perfeito a gente deixa pra depois e deixa pra depois e vai deixando. 

Fotografar? Quando eu tiver uma câmera melhor. Quando tiver uma luz melhor. Quando tiver quase tudo melhor. Ser feliz? Quando tiver fotografando melhor com uma câmera melhor com uma luz melhor... E por aí ia. 

Sempre fui de me auto censurar muito, de achar que nunca tava bom o bastante. E só depois de um tempo quem tava colocando barreira era eu. Coisa louca não? Colocar barreiras no caminho da própria felicidade! Fui notando a minha auto-sabotagem aos poucos. De pouquinho mesmo. Uma coisa cá e acolá. E decidi que tinha que parar. 

Voltei a fotografar, voltei a ler mais, voltei a escrever mais, voltei a gostar das coisas que sempre gostei de fazer e tinha feito desgostar.

Aqui e ali continuo meio com uma neura, uma pulga atrás de orelha. Procuro em todos os mínimos detalhes algum errinho, mas dessa vez pelo menos não pra para, mas sim pra continuar e melhor.  Pra achar as alegrias nas pequenas coisas da vida. Porque como diz o Marcelo, essas coisas são de graça.